O Parque


Histórico de criação do Parque

O Parque Natural Municipal da Cachoeira das Andorinhas foi criado em 1968 e abrangia uma área de um quilômetro de raio tendo como ponto central a própria cachoeira das Andorinhas. Em 2005, a Câmara Municipal de Ouro Preto aprovou o projeto de Lei 6905 estabelecendo novos limites para a Unidade de Conservação (UC), que também passou a ser denominada de Parque Natural Municipal das Andorinhas (PNMA). Atualmente o Parque abrange uma área total de 557 hectares, e tem, entre outros, o objetivo de resguardar e proteger a flora, a fauna e demais recursos naturais (Lei 69, art. 4º, 2005).

Na área do Parque estão localizadas diversas quedas de água, e dentre elas, a de maior destaque e que dá nome ao Parque que é a Cachoeira das Andorinhas. Segundo relato de moradores este nome deve-se ao fato da ocorrência de uma grande quantidade de andorinhas que se deslocam para o vale encaixado da cachoeira na época de reprodução, construindo assim seus ninhos nas fendas dos afloramentos rochosos presentes na paisagem da cachoeira.

Foto da paisagem do Parque ao longe
O Parque das Andorinhas está repleto de visões como essa, aproveite para conhecê-lo!

Essas quedas de água, conjunto de grande beleza cênica, são engrandecidas pela moldura da serra de Ouro Preto e do Veloso, com uma vista panorâmica da cabeceira do Rio das Velhas e o contato entre os biomas da mata atlântica e do cerrado, um belo exemplar do patrimônio natural, histórico, cultural, paisagístico e turístico.

O entorno sul do Parque configura-se em uma região urbanizada, sendo os bairros Morro São Cristóvão, Morro São Sebastião, Morro da Queimada, Morro São João, Morro Santana, Antônio Dias, Piedade e Taquaral limítrofes à unidade. Entender a composição social dos bairros e seus costumes permite um conhecimento maior sobre as manifestações e tradições que formam o patrimônio do Parque Natural Municipal das Andorinhas.

É possível concluir que o processo histórico de ocupação do entorno do Parque, assim como os aspectos ambientais presentes em sua área são de extrema relevância estadual e federal, destacando a necessidade de uma gestão e preservação adequada e sob um processo contínuo.

Contexto Ambiental

A bacia hidrográfica do Rio das Velhas está inserida em sua totalidade no estado de Minas Gerais, passando em 51 municípios e possui área de 29.173 Km². Seus quase 800 km de extensão torna o rio das Velhas o maior afluente do rio São Francisco.

A bacia do Rio das Velhas tem em seu histórico de ocupação uma intensa exploração de seus recursos naturais. Desde a chegada dos bandeirantes, à procura de ouro e de pedras preciosas, o Rio das Velhas vem passando por um intenso processo de degradação. Além da mineração, outros fatores, como a atividade agropecuária e a urbanização, que se desenvolveram a partir da instalação dos povoados mineradores, contribuíram para a alteração das características qualitativas e quantitativas das águas do rio das Velhas.

Foto de cachoeira do Parque
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Outro aspecto importante é a presença do quadrilátero ferrífero dentro da bacia. Esta região é a maior produtora nacional de minério de ferro. Além do intenso processo de exploração mineral modificando o ambiente, existe ainda o agravante dos processos clandestinos que não seguem a legislação ambiental vigente, agravando ainda mais a situação da bacia do rio das Velhas.

Além disso, é preciso destacar também a forte presença de atividades agropastoris que ocorrem ao longo da bacia, este processo apresenta-se como uma forte pressão ambiental devido ao alto índice de supressão vegetal.

Sobre o meio biótico, o Parque Natural Municipal das Andorinhas se encontra prioritariamente no bioma da Mata Atlântica, mas é possível dizer que possui na região aspectos da transição entre a Mata Atlântica e Cerrado. Em relação a diversidade florística, os campos rupestres presentes na área do Parque contribuem significativamente para uma elevada diversidade na área. Foram evidenciados nos estudos mais de 300 espécies da flora, sendo que 17 espécies se encontram listadas em nas categorias de ameaça de extinção. Em relação ao contexto regional de unidades de conservação, o Parque Natural Municipal das Andorinhas se encontra inserido dentro dos limites da APA Cachoeira das Andorinhas, além de ser limítrofe as Áreas de Proteção Fazenda da Brígida e Morro da Queimada. O município de Ouro Preto também abriga a FLOE (Floresta Estadual) Uaimii, a ESEC (Estação Ecológica) Tripuí e PAR (Parque) Itacalomi. Já o município de Mariana, vizinho a Ouro Preto, apresenta em seu território a APA Seminário Menor de Mariana. Todo esse complexo de unidades de conservação compõe uma significativa conectividade da paisagem, formando corredores ecológicos importantes para a preservação da biodiversidade. Além disso, a presença de APP’s de cursos d’água e encostas, das UC’s, além das características do relevo, possibilitam a manutenção dessa conectividade entre diferentes fragmentos.

O PNMA está localizado em uma região de importância biológica para a fauna classificada como especial. Quando analisado os grupos em separado, para o grupo da herpetofauna, a área é considerada como de importância biológica especial devido, principalmente, à presença de espécies endêmicas registradas. Para o grupo das aves a área é considerada como de importância biológica extrema, uma vez que apresenta alto número de espécies endêmicas e ameaçadas de extinção da Mata Atlântica e de campos rupestres. Nos estudos realizados do Plano de Manejo foram identificados novos registros de aves previamente não detectados no alto rio das Velhas. Quando considerado o grupo de mamíferos a região é enquadrada como de importância biológica alta, pela presença de táxons raros e ameaçados de extinção. Portanto, o Parque abriga uma área de significativa diversidade e endemismos que estão sujeitos a pressões antrópicas, entre elas a ameaça por queimadas, extração de madeira e quartzito.

Foto de passarinho do Parque
A fauna e flora do Parque são de crucial importância.

Neste contexto é que se destaca a importância ecológica e econômica desta bacia justificando mais uma vez a elaboração deste plano de manejo que tem como foco a cabeceira desta bacia. O manejo e gestão adequados se tornam necessários para a conservação dos recursos naturais e a sustentabilidade ambiental, econômica e social, em especial para o Parque Natural Municipal das Andorinhas, uma vez que a região foi caracterizada como sendo de importância biológica extrema para o bioma da Mata Atlântica e para a conservação da biodiversidade em Minas Gerais. Portanto, fica evidente, mais uma vez, a importância do Parque Natural Municipal das Andorinhas no contexto da paisagem regional, para a manutenção da biodiversidade e também da qualidade de vida para os moradores locais e de todo o Estado, uma vez que o Parque abriga importantes nascentes de afluentes do rio das Velhas.

Assim, o plano de manejo é de extrema importância, não só para a conservação das inúmeras belezas naturais nele existentes e para a conservação das águas da cabeceira do rio com significativa relevância para a captação de água para abastecimento da RMBH, como também para se apresentar como um marco e exemplo para toda a conservação da bacia.

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